24.2.04

O silêncio, o oculto,
o dito, as palavras,
a falsidade, as mentiras.

Acreditar, ter fé
como se o que vemos não é o que queremos?

Só, solidão, solitário
somente, aquilo que já passou.

Nada, ninguém,
ninguém escapa de ser nada
ninguém escapa de nada se não
para sempre a solidão de um mundo que já acabou
e que nos reduziu a pó.
Por muito tempo o silêncio permaneceu, por longos caminhos a dor percorreu, nas idas e vindas dos corações perdidos, não só os corações se perderam como também algumas esperanças e muitos sonhos, as coisas que ficam em silêncio e as coisas que são faladas têm lados obscuros, têm fundos de verdades e palavras que são falsas, têm mentiras soltas e têm verdades escondidas, por muito tempo a boca se calará, por muito tempo o sol já não mais nascerá.

19.2.04

A primeira poesia, o começo pelo fim.

.......POESIA DA MORTE.......

Por que partes tão breve, vida leve?
Oh, vida inquieta
Por que foges assim tão desperta
Do peito de um poeta?

Custa ficar um pouco mais
Neste porto a que um dia chegaste
Tão meiga, e em meio a tanta paz?

Eu sei. Viste a grandeza do mar
E agora queres abandonar o cais.
Oh, vida inquieta,
Partes tão ansiosa!

Mas, como sempre descuidada,
Em teu jeito criança,
Sem juízo, estabanada,

Que deixas para trás
Nesse triste desenlace
Sua joia mais valiosa
Seu brilhante mais vibrante:
Uma lágrima em minha face.

Ainda posso vê-la
Antes que vista se embace.
Pois vai, vida bela.
Segue teu voo de flecha.

Obrigado pelo encanto, pela festa.
E perdoe-me por não dar meu adeus
De mão aberta.

Mas acredite, vida minha,
De mim já desconexa,
Mágoa não existe
Na palma desta mão que se fecha.

Por Kálido
Está aberto o meu primeiro blog e minha primeira experiência com blogs