30.4.14

Consumido por alguns pensamentos
E outros devaneios
Falácias

Perdido em alguns lisonjeios
Por vezes alheios
Ingênuo

Prostrados em pé
Por tempos inteiros
Perdemos

Consumo da imprudência
Cavalos esguios
Satisfazendo

Do cheiro de campo
À praia pequena
Te querendo

Fugaz e inevitável
É a orla em brisas


Chuva e café
Companhia por hora
Traquejo

Surtido o efeito contrário
No telefonema molhado
Capricho

E a mensagem que fica
Na cabeça e não se escreve
Sem recompensa

Tentativa de outrora
Repassada no poema
Lembrança

Mais uma investida
Desta vez com coragem
Legitimidade


28.4.14

Meu amigo, meu amado amigo,
não calibre sua perseverança
pela inconstância amizacional,
nem todos são como muitos já foram.
Quem sabe a distância seja um subterfúgio
ou talvez uma maratona a se correr sozinho.
Necessariamente encontramos pessoas assim:
levam um pouco de nós e deixam um pouco deles.
Sem dúvidas, nosso amado amigo Morcegônico
voltará e, para tal, a Confraria deve estar de pé.
Meu amigo, meu amado amigo,
o bater de nossas asas é individual,
nosso grito é supersônico e inaudível,
mas nossa presença é peculiar
tanto quanto vivermos em bando.

24.4.14

Com um salto de segundos
Vai da semente à árvore frutífera
Do ovo ao pássaro em voo
A ideia que procura ser forma
Passa a ser uma forma distorcida da ideia
Mas se não houvesse essa ânsia
Nunca se concretizaria como forma
- em segundos um salto
Um trampolim
Uma fagulha
Algo já em movimento
Motivo para um fim e
Perspectiva de um novo começo
Retroalimentado como
Um moto-perpétuo
Ouroboros de proporções cotidianas
A última página de um livro
Se funde com a primeira do próximo.

12.4.14

É como se...
deitado em piscina de bolinhas
leve, leve desconforto, leve à mente,
flutuando em pequenos espaços de ar
levianamente
estivesse.
Pronto para despertar
o urso mais feroz em sua própria caverna.
Orgulho, egoísmo?
Oportunidades novas?
por isso, o medo...
por isso o medo?
Estivesse.
Seria o primeiro a dizer
teve sua chance,
se eu fosse.
Soaria como
pequenas pedrinhas no meio do cascalho
ou ego no seu egoísmo,
o detalhe entre o é e o foi
ou o e-a-r de
esteve, estava, estará?
Talvez falte uma resposta,
sua querida França
também é fria.
Censura ou liberdade de pensar?
Sugiro, venha e explore,
portanto Voltaire
ao menos a responder.
Como se
não soubesse que sou o que mais quer
e o que mais precisa.
Eu sei.
Flutuando na certeza,
abraçando o abismo,
se jogando nessa
Obscura coNtunDente e Arraigada
coisa do coração.

2.4.14

Anseio pelos prazeres d'alma
Perplexa e conivente
Rumando ao aconchego

Estando distante do
Néctar, tão suave e
Doce que logo
Encontra, ali...

Nesta ou em outra vida
Doravante mesma alma
Obstinada e fulgaz por estar sempre...