29.12.13

a chegar em casa e acender a luz,
a cumprimentar um estranho,
a sorrir para qualquer um,
a dizer "te amo",
a abraçar carinhosamente,
a deixar o tempo resolver,
a passar o tempo trabalhando,
a pensar nela sem o viés,
a ver as coisas acontecerem,
a fazer parte da mudança que quero ser.
A acostumar...
Acostumado

28.11.13

Sinto que quando caio,
não desabo.
Quando tropeço,
não me machuco mais.

Na beira do abismo,
só sinto vertigem.
Uma viagem
me libertou.

Meu voo é suave,
meu rumo é desconhecido,
voo mesmo quando não chove.

Não me preocupo
com a dificuldade,
com a indiferença,
nem incoerência.

Minhas dificuldades
supero;
a indiferença dos outros  
não ligo;
na incoerência das atitudes para comigo
determino novos rumos.

Sou senhor,
sou dono.
Acima de mim, só Deus;
abaixo, quem eu quiser.
E sabe o que mais?
Continua... 

19.10.13

As palavras por si só
Sentimentos em versos
Dos sentimentos Inversos
Contrariam um porém
E se escondem

Naquelas águas turvas
Naqueles botes e jangadas
De um Nilo qualquer
E uni-los
Sentimento e palavra

Se ouço um "tchibum"
Só imagino a nau
Que era um não
Envolto da água
Sentimental

12.10.13

Brigo no ar e
Discuto com ele
Discuto sobre suas incapacidades
E sobre sua capacidade de
Se matar aqui dentro
E de quebra me matar também
Passo horas com a raiva como companheira
E quando na sua frente
Apenas observo e
Atesto que não estava de todo errado
Você realmente consegue
Se e me...
Eu aprendi a viver
Na mentira que você não soube contar
Era vergonhoso
Era indecente
Fugia de mim mesmo
Contudo
Ainda assim escorrego
Escorrego nas suas entranhas
Às vezes me torno brinquedo
Outras, me torno mentor
Tempo exato em que você definha
Encontro a estrada numa noite tonta
Compreendo seu limite
Entenda minha distância
Aumentando
Aumentando a cada nova discussão

29.9.13

No peito
Companhia de outrora,
A batalha recomeçou.
Folha caída,
O outono voltava,
Novo caminho,
Uma velha direção,
À sombra,
Posicionado novamente,
Aguardando,
Aguardando
O inverno,
Cortante noite fria do inverno,
Queixos trêmulos mas não de frio.
Lagoa pesada, criavam rios pelos poros,
Pensamentos constantes de...
Não...
E outras coisas mais.
Dor era consentir,
Era ou é.
Sim, voltava!
Mas tomei o bastão,
Aliviado,
Abatido,
Machucado
E caído.
Físico intacto,
Afiado,
Indolor,
E brilhante.
Posicionei-me novamente.
Frio...
Eu ou ela (brilhante) ou o outono
Ou o temperamento ou a temperatura,
Doía mais ser semelhante,
Mas de um modo diferente.
Doía porque doía,
E doía porque era doentio.
Educava de modo semelhante
E doía por ser diferente.
Só doía porque eu deixava.
Então tomei o bastão.
Agora.
Agora?
Agora!
Aprender sozinho,
Com a folha caída,
Com o vaso quebrado,
Com o laço desfeito,
Com a parentela adulterada,
Com o que tenho na mão.

20.9.13

Enquanto eu te olhava,
O tempo passava,
Sua boca mexia,
O papo seguia.

Enquanto eu te olhava,
Nossa história se juntava,
Minhas perguntas você respondia
E assim o papo seguia.

Enquanto eu te olhava,
Mais e mais eu me apaixonava,
Atento ao que você dizia,
A conversa então fluía,

Enquanto eu te olhava,
Em mil coisas eu pensava.
Só assim conseguiria
Perceber que por essa conversa, você também sentia.

Enquanto eu te olhava,
Seu coração ao meu se aproximava.

30.8.13

Eu não lembro mais...
Eu não lembro mais do doce toque da sua voz
Eu não lembro mais da firmeza das suas palavras
Eu não lembro mais dos anéis que vestiam seus dedos
Eu não lembro mais de como era imponente
Eu não lembro mais do seu perfume
Eu não lembro mais...
Eu não lembro mais do sobretudo cinza
Nem do comentário sobre o filme “A Onda”
Também não lembro mais de como você pedia sua bebida
Nem de como mostrava sua indignação
Eu não lembro mais, por quê?
Eu não lembro se consigo te esquecer
Eu não lembro se conseguirei te perder
Eu não lembro se você disse que sim
Eu temo por não lembrar como era seu cabelo
Eu não me lembro o quanto ele caracterizava sua imagem
Eu não lembro o quanto desejo você perto de mim
Mas lembro que era você.

2.8.13

Novamente ela caía
Era visível que caía pois ele não se levantava
Escorria pelas mãos
Chegara ao chão

Molhava rosto e mãos
Molhava mãos e chão

Ele não se levantava
Provavelmente porque era difícil
Tamanha decepção

Caía mais uma
Tímido se levantava o sorriso
Talvez para demonstrar força
Ou para cerrar a conversa e irmos embora

22.7.13

Ele foi...
Por que só na autópsia
Encontraram a magnitude?

Estava ali diante deles,
Anos e anos,
E quando nada mais...
Agora tornara-se tudo.

Vislumbrava o correto,
Aos pouco se preparava
Para, um dia,
Se deitar e morrer.

Não era só o tempo que passava,
Era também o momento de ser.

Coincidia talvez a destreza?
Amparava seu próprio sonho!
Redesenhava então sua vida
E no constante descontentamento infundado,
Infinito!
Preparava-se para ser ninguém.

Mas até quando?
O que vale?
Para quem ele devia ser?

Quem sabe um motor de Ferrari
Vestido pela carcaça de um calhambeque.
Uma Mont Blanc
Na mão de um alienado

Deveria ser
O que era para ter sido.
Seria se...
Ainda poderia ter sido?
Lá vem o turbilhão de sentimento latente,
Fica confuso com o caco que tentei remontar.
Esse raio de botão que pressiona, mas não volta.

Agora voltou!
Droga, ficou apertado de novo...
Pronto, consegui!
Mas que botão maldito...

Quando solto, a luz até aquece um bocado,
Mas, quando apertado, parece um quê de pecado.
Solto, com luz,
Pressionado, me conduz,
Solto ... ué, cadê a claridade?
Botão ficou preso!

É antagônico e
Perplexamente incomum,

Deus, por favor, desprenda esse interruptor!
Solta o interruptor,
Libera a luz,
Por
Favor

18.7.13

Que o tempo tem o tempo que quer ter,
Que, quando convém, coincide com o que quer,
Que era hora de Hera e não de Hades,
Que foi, mas também que vai ser...

Que desafiado, o homem te completará,
Que o insulto é não compreender sua inteligência,
Que não dura para você, porque não perdura para eles,
Que se você estivesse me ouvindo...

Que você é,
Que eu quero,
Que você seria,
se eu tivesse coragem...

Que é possível, se puder entender,
Que na minha mente também te desafio,
Que talvez não aconteça,
talvez porque água...

Apaga o fogo.

13.7.13

O que faço com você?
se te tenho,
sou guerreiro de minha própria alma
no viés,
me torno prisioneiro desse sentimento,
se te nego,
corro amedrontado para o canto de um pensamento
 
aprendo no crepúsculo
que tenho findo a imagem de bom moço.
diria que é porque encontrei,
do contrário, se pela vista de um outro,
porventura na face do encontro,
este mesmo no reflexo de um vidro.
 
Na tentativa de ser alguém que
Hoje sei que não era ninguém,
mas que, olhando atentamente,
ali encontrei o verdadeiro herói,
escondido atrás do espelho.
 
Nessa hora que me torno rei.
 
então não há medo,
nem desconforto,
nem aquele ilusório sentimento perfurado.

aqui que volto para você,
que alegra a alma mais perdida
e contempla a audácia de enfrentá-la.
 
julgo, sem você, não ser mais a mesma pessoa.
liberdade emocional.
liberdade,
emocional.
 
qual é o quando
e quando é que terei?
não, era nada,
nem nunca, não sei!
sendo a saída
soberana de um rei.
Tem um sentimento muito ruim aqui dentro
é difícil distinguir
é difícil separar
é tudo e nada ao mesmo tempo
tô com medo
mas eu vou te odiar várias vezes
como vou responder à sua pergunta
se você mesma já escreveu que eu não entendo?
a resposta é essa: como vou saber se eu não entendo!
enquanto faz-se presente o sentimento, sucumbe!
e enquanto presente o mesmo sentimento se alimenta,
tende a erguer sua bandeira e propiciar AQUELA que há muito se esconde.

sobe o cume que te derruba mas afunda no mar que vos criaste.

a incongruência do sentido das frases é a permuta do pensamento que me rodeia
e o medo...
ah o medo...
esse é meu parceiro de anos, que hoje já lhe dei até sobrenome
junto com AQUELA.

se não o chamo de amigo
posso dizer que da família já faz parte
ELE e ELA.

dúvida e angústia
sentimentos tardios,
mas que devem falar algo,
vazio.
talvez o vazio.
é um batalhador
horas vence horas perde
o sino da igreja toca de novo.
só um pouco...
o sino toca e incomoda.
mas é da igreja.
não faz sentido...
A verdade é que apenas...
Nossos corações se abraçaram
Tiveram que se unir,
Quando era óbvio que se aproximariam

Aguardaram o momento em que...
Jorrava-se beleza pelos poros
Soterravam o antigo alívio
Renascia e no embalo

Ausência de comandos...
Arranhavam a petulância
Gritava-se então de
Amor?

10.7.13

Hoje acordei com o sabor dos seus lábios
Na carne, oculta a indagação do seu corpo.
Ainda não abrira os olhos e entrelaçava
Com as suas pernas as minhas,
Instantes antes de nos deitarmos,
No dia que antecedeu o hoje,
Livrei-me da roupa com ternura,
Fechei meus olhos e te abracei.
Só nessa manhã,
Quando tornei a abrir meus olhos,
É que reparei.
Estava sonhando.

18.6.13

Era pra ser assim?
Me fez acreditar que tinha uma saída
Brincou no pano de minhas roupas
E foi embora.

Sei que fui culpado
Ir embora foi sua resposta
Eu tinha uma certeza
Que escorreu pela porta

Saiu, mas saiu de fininho
Manteve a porta aberta
Ainda não sei o motivo

Sua mão em meu corpo
Seu corpo em minha mão
Uma sombra atônita por paixão.

17.4.13


Desceu queimando,
Ardeu em chamas quando atingiu o ponto máximo,
Sorvendo do líquido que ali havia,
Saciou sua vontade também com seu olhar.

Desceu queimando,
Ardeu em chamas quando atingiu o ponto máximo,

A azia dilacerava o estômago faminto,
Mas não saciou sua vontade nem com um olhar.

Desceu queimando,
Ardeu em chamas quando atingiu o ponto máximo,
Sua boca consumia pornograficamente,
Saciando ambas as vontades e sem nem precisar olhar.

Desceu queimando,
Ardeu em chamas quando atingiu o ponto máximo,
Sobrando o pó e me reconstruindo,
Não saciando nenhuma vontade, apenas caminhando sob o meu próprio olhar.

11.4.13

A dualidade contida na síntese
Parafraseia a emoção
E sem sentido fica o composto
É que o tempo transforma isso em compreensão.
E o texto em solidão.

12.2.13

Sossegar a visão,
Reclinar o seu corpo,
Meditar, mesmo que profundamente
Para reconhecer seus atos

E caminhar até onde conseguir,
Contando passos imaginários,
Sem justificar,
Apenas pensando no novo

Juntando forças para concretizar.
Cuidando de si mesmo e dos outros.
Tendo ações comportamentais exemplares.
E que não fujam à realidade.

Faça e refaça!
Tome conta!
Seja!
Realize!

Atos favoráveis
Amando com cuidado
Responsável
Se reinventando.
Reparo, observo
não mudo e não reparo
percebo e pergunto
um mudo não colabora
ajuda e enobrece
conversa e se desmantela
no auge se incrimina
a petulância da esquiva
Reparo, observo
não se altera, não há reparo
a pergunta fica muda
o quórum desfalcado
uma pergunta de um mudo
solicita a presença
o presente é presente
e presente é maravilha
o soldado que se vai
o sol que nasce
mesmo que lá atrás
aquece o campo
campo nobre de poder
o poder do sentimento
único e inigualável
colorido e colante
ou é um pedido
ou é uma súplica
mas é seu
e por isso deve cuidar
e não se esvair
Não me culpe
por todo meu amor,
sei que queima e que dança na ilusão ótica de um mormaço,
mas não é minha culpa!

Difícil para compreender?
Imagine-se então
liberto sob os olhos jugos de outrem,
obedecendo a suas regras.

Impressione-se com a obra,
que revela uma incalculável
transição de tempo
sobreposto à vida.

E aprenda que no amor,
quando arde não é ilusão,
a liberdade afugenta a regra
e tudo eterniza essa obra.
Seu perfume chegou primeiro
Invadindo o ambiente
Um cheiro doce e suave
Descrevia sua fisionomia
Eu ainda não a conhecia
Mas era como se já houvéssemos nos cruzado
Seu rosto encoberto pelos seus cabelos
Essa imagem cintilava na minha mente
Imaginava-a entrando pela porta
O tempo caminhando vagarosamente
Soprando palavras desconhecidas
E firmando minhas mãos trêmulas
À medida que o tempo passava
Meu coração novamente pulsava
Até o bendito ar me faltava
E noite adentro me estimulava
Conhecê-la
Furacão de expectativas
Autocontrole descontrolado
Adrenalina chateada
O sentido que se perdeu

Ela não apareceu
A corda esticou,
Não aguentou e estourou.
Boneco de pano,
Livre para curtir.

A gota que completou o oceano,
A poeira que lavrou o susto,
Rio que não para e
Palavras que andam sozinhas.

Perdi meus óculos.
Sabe onde fui encontrar?
Ali, logo ao lado
Assim que a corda estourou.

Às minhas lentes vejo a dança
Por ela te vejo nítida,
Nem nada e nem tudo
e mais um pouco do mundo.