28.12.09

Quando o amanhecer chegou cortante
E pela fresta da porta se fez presente
Os raios de sol trouxeram à palma o dourado da pele
E ali, parado, a observar minhas próprias mãos
Deixei que o dia passasse
No ápice do trânsito solar
Quando o tempo gritou, pedindo por atenção
Caminhei até a porta
Ao abrir, recordo-me das doces palavras,
“Boa tarde, meu amor”Palavras que dançavam no tempo...
Conversamos por horas e horas
A noite veio, caiu, em queda livre
Com ternura aconcheguei seu corpo belo
A noite batia em sua pele
Como reflexo da lua no mar
E o tempo sussurrou pedindo desculpas
Trazendo com ele a nítida imagem
Que finda um dia, mas não finda a vida
Aguardando o sol... que não tenha preguiça de se levantar.