22.7.13

Ele foi...
Por que só na autópsia
Encontraram a magnitude?

Estava ali diante deles,
Anos e anos,
E quando nada mais...
Agora tornara-se tudo.

Vislumbrava o correto,
Aos pouco se preparava
Para, um dia,
Se deitar e morrer.

Não era só o tempo que passava,
Era também o momento de ser.

Coincidia talvez a destreza?
Amparava seu próprio sonho!
Redesenhava então sua vida
E no constante descontentamento infundado,
Infinito!
Preparava-se para ser ninguém.

Mas até quando?
O que vale?
Para quem ele devia ser?

Quem sabe um motor de Ferrari
Vestido pela carcaça de um calhambeque.
Uma Mont Blanc
Na mão de um alienado

Deveria ser
O que era para ter sido.
Seria se...
Ainda poderia ter sido?
Lá vem o turbilhão de sentimento latente,
Fica confuso com o caco que tentei remontar.
Esse raio de botão que pressiona, mas não volta.

Agora voltou!
Droga, ficou apertado de novo...
Pronto, consegui!
Mas que botão maldito...

Quando solto, a luz até aquece um bocado,
Mas, quando apertado, parece um quê de pecado.
Solto, com luz,
Pressionado, me conduz,
Solto ... ué, cadê a claridade?
Botão ficou preso!

É antagônico e
Perplexamente incomum,

Deus, por favor, desprenda esse interruptor!
Solta o interruptor,
Libera a luz,
Por
Favor

18.7.13

Que o tempo tem o tempo que quer ter,
Que, quando convém, coincide com o que quer,
Que era hora de Hera e não de Hades,
Que foi, mas também que vai ser...

Que desafiado, o homem te completará,
Que o insulto é não compreender sua inteligência,
Que não dura para você, porque não perdura para eles,
Que se você estivesse me ouvindo...

Que você é,
Que eu quero,
Que você seria,
se eu tivesse coragem...

Que é possível, se puder entender,
Que na minha mente também te desafio,
Que talvez não aconteça,
talvez porque água...

Apaga o fogo.

13.7.13

O que faço com você?
se te tenho,
sou guerreiro de minha própria alma
no viés,
me torno prisioneiro desse sentimento,
se te nego,
corro amedrontado para o canto de um pensamento
 
aprendo no crepúsculo
que tenho findo a imagem de bom moço.
diria que é porque encontrei,
do contrário, se pela vista de um outro,
porventura na face do encontro,
este mesmo no reflexo de um vidro.
 
Na tentativa de ser alguém que
Hoje sei que não era ninguém,
mas que, olhando atentamente,
ali encontrei o verdadeiro herói,
escondido atrás do espelho.
 
Nessa hora que me torno rei.
 
então não há medo,
nem desconforto,
nem aquele ilusório sentimento perfurado.

aqui que volto para você,
que alegra a alma mais perdida
e contempla a audácia de enfrentá-la.
 
julgo, sem você, não ser mais a mesma pessoa.
liberdade emocional.
liberdade,
emocional.
 
qual é o quando
e quando é que terei?
não, era nada,
nem nunca, não sei!
sendo a saída
soberana de um rei.
Tem um sentimento muito ruim aqui dentro
é difícil distinguir
é difícil separar
é tudo e nada ao mesmo tempo
tô com medo
mas eu vou te odiar várias vezes
como vou responder à sua pergunta
se você mesma já escreveu que eu não entendo?
a resposta é essa: como vou saber se eu não entendo!
enquanto faz-se presente o sentimento, sucumbe!
e enquanto presente o mesmo sentimento se alimenta,
tende a erguer sua bandeira e propiciar AQUELA que há muito se esconde.

sobe o cume que te derruba mas afunda no mar que vos criaste.

a incongruência do sentido das frases é a permuta do pensamento que me rodeia
e o medo...
ah o medo...
esse é meu parceiro de anos, que hoje já lhe dei até sobrenome
junto com AQUELA.

se não o chamo de amigo
posso dizer que da família já faz parte
ELE e ELA.

dúvida e angústia
sentimentos tardios,
mas que devem falar algo,
vazio.
talvez o vazio.
é um batalhador
horas vence horas perde
o sino da igreja toca de novo.
só um pouco...
o sino toca e incomoda.
mas é da igreja.
não faz sentido...
A verdade é que apenas...
Nossos corações se abraçaram
Tiveram que se unir,
Quando era óbvio que se aproximariam

Aguardaram o momento em que...
Jorrava-se beleza pelos poros
Soterravam o antigo alívio
Renascia e no embalo

Ausência de comandos...
Arranhavam a petulância
Gritava-se então de
Amor?

10.7.13

Hoje acordei com o sabor dos seus lábios
Na carne, oculta a indagação do seu corpo.
Ainda não abrira os olhos e entrelaçava
Com as suas pernas as minhas,
Instantes antes de nos deitarmos,
No dia que antecedeu o hoje,
Livrei-me da roupa com ternura,
Fechei meus olhos e te abracei.
Só nessa manhã,
Quando tornei a abrir meus olhos,
É que reparei.
Estava sonhando.